AMIGOS
Quando crianças encontramos os primeiros amigos, no bairro e na escola; com eles dividimos lanches e histórias fantasiosas elaboradas fantasticamente em nossas mentes e extravasadas sem censura, frutos de nossa visão simples e pura do mundo. Na infância, amigo é aquele parceiro das brincadeiras e fantasias, coautores de projetos imaginários, nossos cúmplices de tentativas incertas e de descobertas. Ah, nossos amigos da infância, felizes os que ainda os veem.
Na adolescência, amigos são os nossos confidentes, que aparecem de repente, parceiros inseparáveis de aventuras tão sonhadas. No início de nossa trilha, lá estão eles, companheiros das baladas, das canções desconsertadas, dos cinemas e das primeiras paqueradas.
Amigos na juventude. Ah, que saudades daquele grude! Viajar, bagunçar e gargalhar; que desfrute! Dos grupos de estudo, dos projetos futuros, dos sonhos a ser realizados, nem estavam totalmente projetados e já nos víamos naquele mundo; como passou num segundo!
Depois as faculdades, já quando deixamos saudades e começamos na labuta do trabalhar para pagar os estudos e aqueles que alegravam os nossos dias começaram a se casar, casa um, casa outro e em pouco tempo nos separamos, um para lá, o outro para cá, não dá nem para se comunicar. No corre-corre do dia-a-dia, não sobra tempo nem para a nostalgia dos tempos das outras alegrias.
Famílias formadas, nem sempre há risada, talvez as coisas engraçadas ficaram guardadas e a dura realidade da separação dos amigos em questão, nos trouxe solidão.
Agora, é a hora dos filhos que começam no mesmo estilo, sonhando nossos sonhos, vivendo como o nosso passado e com alguém amado do lado, vamos seguindo a caminhada. Epa... que trombada! Olha lá o camarada! Assim trombamos com um nas passadas da vida, conversa daqui conversa dali e tudo passa como um filme de nossas histórias divertidas.
Um dia aqui outro ali, encontramos um, difícil é reunir tanta gente que passou e nos marcou alegremente.
Na maturidade, os novos amigos também têm saudades. Então, nos reunimos para contar nossas experiências e emoções vividas com aqueles que não estavam na ocasião.
Como a vida tem emoção, devíamos mesmo só registrar os momentos bons, de alegria e de saudade.
Viver é amar e ser amado, lembrar e ser lembrado e como diz Milton Nascimento em sua Canção da América: “Amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do peito...”
Vou ficando por aqui, espero um dia escrever sobre os amigos da Melhor Idade!
Salette Granato
11/02/2009
SALETTE GRANATO
Enviado por SALETTE GRANATO em 02/03/2009
Alterado em 24/10/2009