AMOR INSANO
O País parou mais uma vez, mas não foi para assistir os jogos da Copa do Mundo, preferência indiscutível de todos os brasileiros e sim mais um caso de violência extrema no nosso Estado de São Paulo, como se já não bastasse o caso “Isabella”, limite do egoísmo e da insanidade, agora a jovem “Eloá”. Um crime premeditado, mistura de amor e ódio que fez morada dentro do coração de um psicopata. O insano invadiu o apartamento da jovem colocando seus amigos para fora a socos e pontapés, encurralando duas meninas, amigas, irmãs e presas fáceis, escolhidas para extravasar sua fúria gerada por seu conflito interno.
Eloá, vítima do destino, pagou um preço alto por um amor inocente aflorado quando de sua meninice. O animal enfurecido, disfarçado em vítima do amor não correspondido, consegue sensibilizar a todos e convencer de que se tratava apenas de um descontrole emocional de um homem apaixonado. Infelizmente, conseguiu driblar homens experientes e fazer valer a sua vontade, aterrorizando todo o povo brasileiro que acompanhava cada movimento naquele pequeno apartamento, refúgio do descanso da menina Eloá e dos encontros com amigos para elaboração de trabalhos escolares; uma fase marcante na vida de todos nós.
Quem não se lembra dos momentos de descontração, descobertas e risadas de nós mesmos? Nostalgia que nos traz tanta alegria! Mas, à Eloá isso foi ceifado e ceifada também sua vida, tão curta, tão marcante com um trágico desfecho de um seqüestro feito não por dinheiro, nem por um bandido, mas por aquele que um dia teve seu juvenil amor.
A vida de Eloá foi zerada diante de todos que acompanhavam o caso pela imprensa, apenas uma parede nos separou de presenciar tamanha barbárie.
Há pouco tempo, vimos o caso de dois meninos assassinados, esquartejados e distribuídos pela cidade de São Paulo em sacos plásticos pelo pai e pela madrasta. Duas vidas, que se iniciavam, jogadas fora, literalmente. Os meninos haviam feito a denúncia de maus tratos e pediram ajuda, mas as leis não os ampararam e foram obrigados a voltar para o martírio final!
O maníaco saiu vivo e Eloá morta, a sua amiga ferida em estado grave, mas sobretudo ferida na alma e no coração como todos os bons brasileiros. Que tipo de gente é essa? Animais irracionais? Não, homens e mulheres doentes, consumidos pelo ódio e pela frieza. Amor e ódio se misturam em aberrações da natureza, tirando nossa infância, nossa juventude e nos colocando à mercê de nossa própria sorte.
Já não sei se o absurdo são os fatos ou o nosso silêncio!
Salette Granato
21/10/2008
SALETTE GRANATO
Enviado por SALETTE GRANATO em 27/10/2008
Alterado em 17/11/2008