Uma manhã difícil
Uma manhã difícil
Às 6h30min toca o telefone:
“Amor, bom dia, hoje vou me atrasar e não poderei levar as crianças para escola, você pode fazer isso?”
“Claro, querido”.
Então, levantei e segui para a cozinha fazer um café, percebi que não havia filtro de papel, mas tudo ainda corria bem. Olhei para o relógio e percebi que já estava um pouco atrasada, rapidamente caminho para o banho, quando meu filhinho acordou:
“Mamãe, quero mamar”
Voltei à cozinha, preparei a mamadeira. Já bastante atrasada corri para o banho, no caminho:
“Mamãe, depois do mamá, você me dá um banho, eu fiz xixi!”
Então, esperei meu filhinho mamar e lhe dei um banhinho rápido. Já muito, muito atrasada corri para o banho, abri o chuveiro e assim que a água caiu sobre minha cabeça, tocou a campainha...insistentemente...em seguida o telefone, não sabia se tomava banho, atendia a porta ou o telefone. Tomei uma atitude, gritei para quem estava à campainha:
“Espere um pouco, por favor, acabei de entrar no banho daqui cinco minutos te atendo!”
“Não posso, é urgente”. Foi a resposta em tom impaciente
O telefone não parava de tocar, não conseguia me mexer embaixo do chuveiro, não sabia se tomava banho, atendia o telefone ou a campainha, ambos tocavam insistentemente. Tomei uma decisão, vou atender o telefone. Sai molhando o quarto todo, que incrível, adivinhem aonde estava o telefone? Sobre a cama, molhei todo o quarto, a cama e ainda o telefone:
“Meu bem, após levar as crianças, pode me buscar aqui no serviço?”
Já não respondi como da primeira vez:
“Olha aqui, estava no banho, a campainha está tocando e você ainda me liga!
Respirei e consenti: “Eu passo aí”
Já que havia molhado o quarto, aproveitei para molhar o resto da casa, coloquei meu roupão e fui atender a campainha, como já supunha, não era nada tão urgente assim.
Voltei para o meu banho, agora devia tomá-lo em dois minutos, do contrário não conseguiria chegar a tempo na escola.
Tudo pronto, crianças no carro, sai da garagem rumo à escola, ao virar a esquina “Dia de feira livre”, aliás não sei porque chama Feira Livre!
Não podia ir pelo caminho habitual, como todos os sistemáticos, não estava acostumada a fazer outro caminho, então acabei me atrapalhando e tomando um rumo desnecessário e fui parar do lado contrário ao meu destino.
Enfim, com muito custo acertei o caminho, tudo congestionado, parecia que todos tiveram problemas semelhantes ao meu.
Buzinas, carros e mais carros, obras e obras, desvio, após meia hora cheguei ao meu destino. Graças a Deus, não foi impressão, todos estavam com algum tipo de problema naquele dia e os portões da escola ainda estavam abertos.
Missão cumprida, fui buscar meu querido que já me esperava há minutos...
“Querida, o que aconteceu, você me pareceu nervosa ao telefone?”
Simplesmente respondi:
“Nada, nada mesmo, vamos voltar para casa, mas antes vamos comprar filtro de papel, depois com um cafezinho te contarei minhas primeiras horas do dia”
Enfim, voltei para casa e resolvi recomeçar o meu dia, porque do jeito que estava não seria possível continuar aquele... 11 de setembro!
Salette Granato
......... 11/09/08
SALETTE GRANATO
Enviado por SALETTE GRANATO em 01/10/2008